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Local: Rio Pardo, Centro/ RS

30.12.06

Artigos publicados pelo NUPEP

(JRP, 12 e 13/Jan/2007)
Patrimônio e Vandalismo I


A Equipe de educadores do Núcleo de Pesquisa em Educação Patrimonial – NUPEP, visando o desenvolvimento da consciência patrimonial, se preocupa, entre outras coisas, com a questão da pichação dos nossos prédios históricos. É chegado o momento de nos conscientizarmos, enquanto população rio-pardense, ou seja, cidadãos agraciados pela questão histórica de nosso município. Assim, enquanto NUPEP, procuramos desenvolver a busca de mecanismos que visem a educação patrimonial.
Todos nós sabemos do potencial turístico que Rio Pardo possui, o que nos traz muitos visitantes ao longo do ano, mas uma fachada pichada não deixa uma boa impressão. Como exemplo recente podemos citar o ato de vandalismo ocorrido na fachada do Centro Regional de Cultura Rio Pardo, inaugurado a pouco mais de um ano, e em plena atividade. Para que ações deste tipo não se repitam em nosso futuro próximo, educar (agora) crianças e adolescentes se torna premente, para que desenvolvam uma outra visão a respeito de nossa história, conseqüentemente de nosso patrimônio, por isso a importância da Educação Patrimonial em nossos dias.

Caroline Rodrigues e Damiana Passos
Educadora e Colaboradora do NUPEP
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(JRP, 29 e 30/dez/2006)
Um conto de Natal

Um homem, enriquecido pela exploração e ganância, consumido pela avareza e ranzinza até quando ouve um “Feliz Natal, Sr. Scrooge!”, recebe a visita de espíritos natalinos do passado, presente e futuro. A partir daí, o clássico da literatura inglesa do escritor Charles Dickens estabelece situações cruciais que modificam o “olhar” de Ebenezer Scrooge em relação ao que de fato é relevante nas relações inter-pessoais e no mundo dos negócios.
A mesma ótica renovada de Scrooge, em relação ao convívio com as situações do cotidiano, pode ser alvo de reflexão não só em tempos de festividades natalinas e passagem de ano. Um “olhar” afinado com a educação patrimonial pode remeter a situações vistas, ouvidas, sentidas e pensadas no decorrer do desenvolvimento de atividades correlatas.
Enquanto para muitos é um dever (ou uma justa medida) o “presentear” e bem festejar no âmbito material, uma situação de “sentir-se bem” pode ser tão ou mais gratificante no que tange à datas comemorativas. Uma decoração natalina pode ser meta a ser atingida com um empenho que não se vê em um ato de mobilização pública em prol de um patrimônio em ruínas, por exemplo. Leia-se “patrimônio” como também o imaterial (tradições e festas). E também, por que não dizer, o próprio patrimônio particular, residencial, comercial e/ou utilitário de acesso público. Exemplo? A singela calçada ou passeio...
O interesse na adequada manutenção do chamado “passeio público” deveria passar não apenas pela questão ambiental de limpeza e cuidados com a arborização, mas pela própria relevância, em termos de infra-estrutura, no quadro de entorno da paisagem turística. Quadro este que incrementa o desenvolvimento econômico, advindo do aporte turístico, de quaisquer localidades históricas.
O prazer em sentar-se a uma aprazível sombra, degustando o inseparável chimarrão (para os mais caros tradicionalistas), em meio a uma boa conversa ou na companhia de um bom livro(Dickens, p. ex.) em um final de tarde... depois do “dever cumprido” de aparar a grama do dito “passeio”... (ou a manutenção de pisos variáveis) pode ser o referido “sentir-se bem” mencionado acima... Ou, para outros, um caro presente numa bela embalagem é o que representa melhor essa sensação de bem estar.
E não nos prendamos tão somente aos passeios, mas a parques, praças, feiras, eventos, espaços culturais e de entretenimento.
O bem-estar deriva do bem cuidar, do zelo mantido, da valorização. E, em tempos de comemorações em aprazíveis balneários como os que Rio Pardo oferece, cabe um singelo lembrete, que vai com os votos de Boas Festas da Equipe do NUPEP:
“Preserve o que é seu... o que é nosso... o que é de todos...” J
Até porque, nem sempre podemos contar que o passado, presente e futuro venham bater à nossa porta como consciências vivas.


Dariane Labres e Márcio Beyer
Educadores do NUPEP

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(JRP, 1º e 02/dez/2006)
Práticas de sala de aula

Sugestão de atividade desenvolvida durante as oficinas, a partir de um Patrimônio Edificado (casas, casarões, prédios, pontes, entre outros):
Temática escolhida: Centro Regional de Cultura - Antiga Escola Militar
Metodologia: Caixa-sítio.
Desenvolvimento: Antes da aula, prepararemos duas caixas, que chamaremos de caixas-sítio. Dentro delas colocaremos papel picado para envolver os seguintes objetos: Na caixa 1: fragmentos de louça, índice telefônico, busto de Getúlio Vargas, cartão-postal, recortes de jornal, um fragmento de uma fotocópia da ata de lançamento da pedra fundamental (1848).
Na caixa 2: fragmentos de louça (que encaixam nos da caixa 1), desenhos, cartão-postal, recortes de jornal, um fragmento de uma fotocópia da ata de lançamento da pedra fundamental - 1848 (que encaixam no da caixa 1), 1 frasco de nanquim e uma pena para escrever.
Levaremos as caixas para a sala de aula e contaremos a seguinte estória aos alunos:
“Imagine que um arqueólogo encontrou muitos objetos além da quantidade que esperava encontrar, em um sítio arqueológico, que está sedo pesquisado aqui em Rio Pardo. Ele acondicionou todos os objetos em caixas, mas como não couberam todas as caixas no seu carro, ele pediu que guardássemos duas delas, até o próximo dia. Mais tarde verificamos que ele esqueceu de nos dizer a que sítio referia-se o material, já que saiu apressado, pois estava muito atarefado.”
Então pedimos que os(as) alunos(as) formem dois grupos e entregaremos 1 caixa para cada grupo, para que procurem os objetos dentro das caixas-sítio. Direcionamos o trabalho com questionamentos, para que estabeleçam relações entre o prédio em questão, os objetos das duas caixas e um cruzamento de informações dos documentos das duas caixas, até que concluam a que prédio se refere.
Esta forma de introduzir a aula faz com que os/as alunos/as e, conseqüentemente, sintam-se interagindo com o conteúdo, de forma divertida, criativa, como se estivessem investigando algo. E conseqüentemente, estarão muito mais interessados sobre o conteúdo a ser trabalhado.

Equipe do NUPEP
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(JRP, 24 e 25/nov/2006)
Curso Magistério do Instituto Ernesto Alves em Oficina

Formandas do Curso Magistério do I. E. E. Ernesto Alves participaram de oficina preparatória para qualificarem a abordagem do patrimônio histórico de nosso município, em suas práticas didático-pedagógicas, na tarde de quarta-feira, 22/nov, no Centro Regional de Cultura Rio Pardo.
Orientadas pela Equipe de educadores do NUPEP (Andréa M. Severo, Caroline Rodrigues, Dariane Labres e Márcio Beyer – com apoio da pedagoga Roberta Gassen), as alunas construíram conceitos inerentes ao saber patrimonial histórico, aplicando-os em atividades sugeridas. A Equipe parabeniza as professoras Rosa Cardoso e Vera Leal, e o Instituto Ernesto Alves pela iniciativa em inserir a temática da Educação Patrimonial na formação dos/as profissionais da Educação Infantil.
A Equipe também agradece ao Jornal de Rio Pardo, por disponibilizar espaço de divulgação de nossas atividades e a SP Vídeo, pelo empréstimo e instalação do aparelho datashow e suporte técnico durante a oficina.
Na próxima semana estaremos divulgando sugestões de atividades didático-pedagógicas aplicadas nessa oficina.

Equipe do NUPEP
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(JRP, 17 e 18/nov/2006)
Você conhece o potencial cultural e turístico que Rio Pardo oferece a partir de seus bens patrimoniais?

O Patrimônio é constituído pelos valores identitários de uma sociedade que os reconhece como próprios. O Patrimônio implica em um processo de reconhecimento, geralmente entre gerações, de elementos que fazem com que uma comunidade se identifique através de um sentimento em comum, em torno de um ou mais bens. (Definição adaptada a partir de SALES, 2006).
Rio Pardo possui inúmeros bens patrimoniais (casario, ruas, festas, culinária típica, lendas, além das belezas naturais), sendo conhecida por todos como Cidade Histórica, com 102 prédios arrolados enquanto Patrimônio edificado.
Relembrando a fala da Arquitª Miriam Rodrigues (IPHAE): “A população rio-pardense precisa se conscientizar da riqueza que seus Patrimônios históricos, arquitetônicos, culturais e naturais representam, pois são poucas as cidades que ainda possuem todos estes elementos presentes em sua cultura”.
Por isso se fazem necessárias ações que mobilizem a população para que esta se conscientize, valorize, preserve e divulgue todas as nossas belezas, incentivando assim o crescimento de iniciativas para a manutenção desses bens e, conseqüentemente, atraindo visitantes que contribuam para a divulgação e crescimento econômico-cultural de Rio Pardo.


Apresentação do Núcleo

Com uma lacuna na área de Educação Patrimonial no município, o Centro Regional de Cultura Rio Pardo estimulou seus voluntários profissionais da área de História a instituírem o NUPEP – Núcleo de Pesquisa em Educação Patrimonial. Em encontros semanais realizados junto ao Centro Regional de Cultura, Andréa Maas Severo, Caroline Rodrigues, Dariane Labres, Márcio Beyer, com a assessoria pedagógica de Roberta Gassen, objetivam desenvolver ações que visam a conscientização sobre a importância do conhecimento, valorização e preservação do Patrimônio local, para o resgate da identidade cultural e a formação da cidadania. O NUPEP busca promover ações para a conservação do Patrimônio histórico - artístico – cultural e estimular nos educadores das redes pública e privada do município de Rio Pardo, a inclusão das temáticas patrimoniais na prática diária de sala de aula, prestando-lhes apoio através de orientação e subsídios de pesquisa histórica e didático-pedagógica.
A primeira atividade promovida pelo NUPEP, junto à comunidade escolar, ocorrerá na próxima semana, dia 22 de novembro, às 13h 30min, no Centro Regional. A atividade foi proposta pela Profa. Rosa Cardoso, junto à turma do 3º ano do curso Magistério, do I. E. E. Ernesto Alves.
Com o apoio do Jornal de Rio Pardo, semanalmente será publicada uma coluna do NUPEP, que trará sugestões de atividades didático-pedagógicas para os profissionais da educação aplicarem em sala de aula, tendo como temática principal o Patrimônio histórico de Rio Pardo. Aguarde!

Andréa Maas Severo
Coordenadora Geral do NUPEP